Não é irônico na viagem de volta ler essa frase “O que importa é partir, não é chegar”? A frase é do poema Viagem do poeta luso Miguel Torga e apareceu sendo citada por uma portuguesa que falava à revista da TAP sobre suas viagens pelo mundo.
Li a frase mil vezes. E sim, o importante é partir! Partir, ir, se aventurar . É estar aberta pro diferente com olhos de viajante e não de crítico.
No aeroporto mais do que nunca a sensação era de missão cumprida. Eu estava radiante por ter dado tudo melhor do que o planejado. Conversei com vários casais mais velhos que também esperavam o mesmo voo que eu o meu e que tinham viajado pela Europa. Todos ficaram surpresos por eu ter ido sozinha. E um ainda me disse “depois disso tudo você com certeza está preparada pra tudo”.
Não sei, mas o que importa é partir. Voltei ao Brasil sem tristezas, porque tive férias muito bem aproveitadas e na viagem fiquei tentando definir pra onde vou ano que vem. É claro que eu vou viajar. As opções são tantas que dá até um nó na garganta em saber que não vou conhecer o mundo inteiro.
Tive uma viagem muito agradável ao lado de uma angolana simpática, que ama o Brasil e me convidou pra ficar em sua casa na minha próxima ida a Lisboa. A gente ainda não sabia do acidente e achei ótimo saber dele só em São Paulo. Gente, eu ia chorar na primeira turbulência em cima do Oceano Atlântico. O clima no aeroporto era horrível de tenso.
Eu e a angolana comentávamos dos hábitos não muito higiênicos dos Europeus e dávamos risadas! Ela me disse que não importa se um angolano não tem dinheiro pra comprar escova de dente. Eles pegam o galho de uma árvore específica e usam como escova. No lugar do dentefrício, carvão e sal. Se não tem dinheiro pro desodorante, eles passam limão nas axilas.
Além disso, ela comentava que várias palavras que usamos aqui, vieram da Angola, como bunda. Aliás, não só a palavra veio de lá, como o nosso próprio derrié né… Amélia também disse que não se identifica muito com os portugueses e se identifica muito mais com os brasileiros!
Pra fechar minha volta com chave de ouro, quando já sobrevoávamos o Brasil coloquei pra tocar na rádio da TAP Caetano Veloso e Roberto Carlos cantam Tom Jobim. Foi chegar ao Brasil em grande estilo. Aliás, Europa é maravilhosa, mas não troco isso aqui por nada. Me perdoem os chatos de plantão que adoram exaltar os pontos negativos daqui.
Deixo aqui o poema de Miguel Torga:
Viagem
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar…
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura…
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
Não é irônico na viagem de volta ler essa frase “O que importa é partir, não é chegar”? A frase é do poema Viagem do poeta luso Miguel Torga e apareceu sendo citada por uma portuguesa, que falava à revista da TAP sobre suas viagens pelo mundo.
Li a frase mil vezes. E sim, o importante é partir! Partir, ir, se aventurar. É estar aberto pra aceitar o diferente com olhos de viajante e não de crítico.
No aeroporto mais do que nunca a sensação era de missão cumprida. Eu estava radiante por ter dado tudo melhor do que o planejado. Conversei com vários casais mais velhos que também esperavam o mesmo voo que eu e que tinham viajado pela Europa. Todos ficaram surpresos por eu ter ido sozinha. E um ainda me disse “depois disso tudo você com certeza está preparada pra tudo”.
Não sei, mas o que importa é partir. Voltei ao Brasil sem tristezas, porque tive férias muito bem aproveitadas e na viagem fiquei tentando definir pra onde vou ano que vem. É claro que eu vou viajar. As opções são tantas que dá até um nó na garganta em saber que não vou conhecer o mundo inteiro.
Tive uma viagem muito agradável ao lado de uma angolana simpática, que ama o Brasil e me convidou pra ficar em sua casa na minha próxima ida a Lisboa. A gente ainda não sabia do acidente e achei ótimo saber dele só em São Paulo. Gente, eu ia chorar na primeira turbulência em cima do Oceano Atlântico. O clima no aeroporto de Garulhos era horrível de tenso.
Eu e a angolana comentávamos dos hábitos não muito higiênicos dos Europeus e dávamos risadas! Ela me disse que não importa se um angolano não tem dinheiro pra comprar escova de dente. Eles pegam o galho de uma árvore específica e usam como escova. No lugar do dentefrício, carvão e sal. Se não há dinheiro pro desodorante, eles passam limão nas axilas.
Além disso, ela comentava que várias palavras que usamos aqui, vieram da Angola, como bunda. Aliás, não só a palavra veio de lá, como o nosso próprio derrié né… Amélia também falou que não se identifica muito com os portugueses e se identifica muito mais com os brasileiros!
Pra fechar minha volta com chave de ouro, quando já sobrevoávamos o Brasil coloquei pra tocar na rádio da TAP Caetano Veloso e Roberto Carlos cantam Tom Jobim. Foi chegar ao Brasil em grande estilo e quando estávamos quase pousando ainda tocou Samba do Avião.
Aliás, Europa é maravilhosa, mas só reforça a minha tese de que não troco o Brasil por nada. Me perdoem os chatos de plantão que adoram exaltar os pontos negativos daqui.
Deixo, então, o poema de Miguel Torga. É ler e se jogar:
Viagem
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar…
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura…
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
A vontade de descobrir, isso herdei dos meus antepassados
PS: Nos próximos posts, as fotos que faltaram…